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Então, Jesus como um personagem mitológico filho de um Deus, deveria ter olhos azuis ou castanhos? Primeiramente eu devo me desculpar pelo título deste artigo, pois ele trata do personagem mitológico bíblico Jesus, como se o mesmo, de fato, houvesse existido conforme creem os cristãos. Porém, o título não poderia ser outro, já que pretendo contestar um artigo que recebi por e-mail, e fora uma vez compartilhado por um ilustre professor da USP.
O artigo traz como título uma afirmativa de que o personagem Jesus fosse, na realidade, um homem moreno, baixinho e invocado. Eu me sinto um tanto ofendida quando autores de artigos acadêmicos como Cristine Kist e Alexandre Versignassi, se dispõem a afirmar algo não comprovável, utilizando estudos arqueológicos sobre questões comprováveis, enquanto simulam uma possível existência de um personagem mitológico, considerando esta, uma possibilidade plausível. A grande questão se dá, no entanto, sobre o fato, ou, não fato, de que Jesus existiu. E se não há qualquer fato sobre sua existência, como podemos discutir sobre a cor dos olhos deste, que até então, se trata de um personagem mitológico? O que podemos fazer a respeito é debatermos sobre a cor dos olhos deste personagem considerando, unicamente, a sua origem mitológica. Sendo assim, permitam-me explicar. Personagens históricos que possuem qualquer relação ao divino, caso não sejam comprovadamente encontrados no tempo histórico, são considerados mitos. Ou seja, ao contrário de personagens como, Alexandre o Grande, que fora retratado como o escolhido pelos deuses, ou Grigori Rasputin, uma vez consagrado como santo, (que são personagens presentes no tempo histórico), Jesus e outros deuses, por enquanto, são apenas personagens, inclusive pela observação do contexto dos livros mitológicos que o apresentam. Sendo assim, e tendo eu esclarecido o motivo de minha profunda ofensa, sigo com tal contestação.
O artigo destes estudiosos baseia-se na hipótese de que Jesus um dia pudesse vir a ser confirmado no tempo histórico, portanto, embora haja alguma fonte evidencial arqueológica que compõe o artigo que indiretamente afirma a existência de Jesus, a imagem representativa de Jesus como sendo parecido com os homens que habitam a citada região, é meramente especulativa. Jesus existiu?
Existe uma autoridade sustentada pelo poder acadêmico imposto, mas, eu os convido, caros leitores, a questionar esta autoridade, pois, é saudável que todas as teses e teorias sejam confrontadas até a exaustão, ou, não alcançaremos a evolução.
Para chegarmos a uma evidência aceitável, o que fazemos é questionar. Quais motivos levaram os famosos pintores de Jesus a o retratarem como sendo um homem loiro de olhos azuis ao invés de moreno e baixinho? Esta teria sido uma imposição da instituição religiosa cristã? Quais seriam as evidências que nos levam a crer nesta possibilidade? Haveria por acaso algo que tivesse sido documentado sobre uma possível exigência da igreja na questão da aparência deste personagem? E se esta de fato existe, por que não teria sido demonstrada no artigo proposto, divulgado e compartilhado, como uma fonte evidencial da manipulação aristocrata?
Observando o artigo proposto reconhecemos diversas lacunas. O fato dos pintores o retratarem desta maneira, no entanto, diz respeito, não só, a rebeldia natural dos artistas em relação a ética imposta, como também a uma cultura antiga que nos revela que os Deuses haveriam de ter olhos azuis. No livro apócrifo de Enoque, Noé teria olhos claros, pele radiante e cabelos brancos, e seu pai questionava porque ele se parecia com um “deles”, numa referência aos Deuses. Os sumérios também nos dizem que os Deuses os chamavam de “cabeças preta”, o que nos revela, portanto, que seus próprios cabelos não deveriam ser pretos, pois, se destacavam deles mesmos por tais características. Além disso, há evidências de que os povos mais antigos pintavam de azuis, os olhos das imagens em pedras ou representações divinas que consideravam sagrados ou divinos. Então, temos uma evidência, e ela nos diz que na mitologia, os Deuses eram identificados por seus olhos azuis.
Jesus é um personagem que faz parte de um compilado de livros mitológicos. A este compilado de livros se deu o nome bíblia. Embora haja personagens historicamente descritos no tempo histórico contido nestes livros, e, do mesmo modo, localizações, costumes, e política, não é possível comprovar a existência de diversos outros personagens, localizações, costumes e política. Podemos analisar por exemplo, a comprovação histórica de Jesus, os apóstolos, e a virgem Maria? A resposta é não. E quanto a cidade de Belém? De fato esta cidade não se comprova. Detalhes de hábitos como a famigerada crucificação pelos judeus, não existiu, a não ser por uma má interpretação advinda por supostos entendedores inspirados pela religião cega, mas existe nesta história personagens reais como Poncio Pilatos, que lavou as mãos e não se comprometeu com o julgamento do judeu Jesus Cristo. Este trecho indica um fato que supostamente aconteceu, pois há um personagem histórico presente, porém, há uma tradução realizada por Heinrich Zimmem, graduado em sânscrito e linguística pela Universidade de Berlim, a qual nos diz que a esposa do Deus sumério Marduk, após implorar pela vida do mesmo à Deusa Inanna, lavou as mãos após um inocente haver sido decaptado no lugar de seu esposo, tal qual o personagem histórico Pilatos. Ao que parece, as tabuletas desapareceram, mas o registro desta tradução foi publicada por Stephen Langdon, em sua obra “A Morte e Ressurreição de Bel-Marduk”.
Como representado acima, podemos observar portanto, uma, das muitas evidências de que Jesus é apenas uma representação mitológica dos Deuses sumérios. Os judeus construíram uma versão dos antigos Deuses da Babilônia para que pudessem preservar seus Deuses ancestrais durante a diáspora judaica.
E desta forma, observamos ainda, que não se trata do homem, Jesus, nascido na região do Oriente como um ser humano presente na história, como a própria história o é incapaz de o evidenciar. Sua referência é divina e, portanto, mitológica. O que nos faz compreender porque seus olhos haveriam de ser azuis.
Compreendo que nos dias de hoje haja um apelo pela inclusão social, e consequentemente, as instituições se inclinem a “empoderar” o social comum através das figuras arquétipas representativas, mas conhecendo profundamente o instrumento de pesquisa sem viés positivo, seja por uma questão social ou religiosa, essa atitude fere o propósito do pesquisador que possui a missão de trazer o fato através da evidência, no sentido do que mais se aproxima da verdade.